A origem da black music remonta aos Estados Unidos dos anos 1930 e 1940, quando a população negra migrou das fazendas do Sul para os centros urbanos do Norte, em busca de trabalho no setor industrial. No mesmo movimento, o blues se eletrificou, produzindo o rhythm and blues. Com a difusão da novidade entre jovens brancos, os músicos negros partiram para novas experiências. Da mistura do rhythm and blues com o gospel (música protestante negra) nasceu o soul. Durante os anos 1960, esta foi a trilha sonora dos movimentos de direitos civis do negro americano. Em 1968, o soul era sinônimo de black music, mas sem a pureza revolucionária de antes ganhou rótulo comercial. Nessa época, a gíria funky – termo pejorativo que significava malcheiroso – era usada para atacar os negros. Eles se apropriaram da gíria e a reciclaram, transformando-a em representação do orgulho de sua identidade étnica. Tudo podia ser funky: a roupa, o gestual, o corte de cabelo e até a música – cujos arranjos agressivos e ritmo bem marcado serviram de base para o estilo que ficou conhecido como funk. Se o pianista americano Horace Silver foi o primeiro a unir o jazz à soul music e a popularizar o funk style nos anos 1960, James Brown foi quem deu ao funk sua principal característica: o swing. Com ele, o estilo tornou-se dançante e ganhou o mundo. Mas, como qualquer gênero musical de uma minoria que conquista o sucesso de massa, o funk também sofreu um processo de comercialização, a partir de meados de 1970. Entre 1977 e 78, estourou a onda da disco music, que domina a black music e toma de assalto as pistas de dança. No início dos anos 1980, os negros do Bronx, em Nova York, e de Detroit já produziam a próxima reação black. Os discos de vinil e os equipamentos de som (toca-discos) jogados no lixo pela classe média americana – que, com o surgimento do Compact Disc (CD), aderira à revolução tecnológica digital – eram reciclados pelos jovens desempregados para criar sons originais. Nascia a base para a disseminação do rap e do movimento hip-hop, marcado pela dança break, pelo grafite e o estilo b-boy (uma adoração pela moda esportiva). É um pouco dessa história através de sua música que você começa a ouvir a partir de agora dentro do “Alma Black”: entregue-se de corpo e alma.
Seleção musical: Ricardo Pereira.
1. “SHOUT AND SHIMMY”(James Brown) – JAMES BROWN
In: Shout and Shimmy, 1962.
2. “LAND OF 1000 DANCES”(Chris Kenner) – WILSON PICKETT
In: The Exciting Wilson Pickett, 1966.
3. “I SAY A LITTLE PRAYER FOR YOU”(Burt Bacharach/Hal David) – ARETHA FRANKLIN
In: Aretha Now, 1968.
4. “AIN’T NO MOUNTAIN HIGH ENOUGH”(Nickolas Ashford/Valerie Simpson) – MARVIN GAYE & TAMMI TERREL
In: United, 1967.
5. “AIN’T NO SUNSHINE”(Bill Withers) – BILL WITHERS
In: Just As I Am, 1971.
6. “RAINY NIGHT IN GEORGIA”(Tony Joe White) – BROOK BENTON
In: Brook Benton Today, 1969.
7. “FOR ONCE IN MY LIFE”(Ron Miller/Orlando Murden) – STEVIE WONDER
In: For Once In My Life, 1968.
8. “TO LOVE SOMEBODY”(Barry Gibb/Robin Gibb) – NINA SIMONE
In: To Love Somebody, 1969.
9. “WALK ON BY”(Burt Bacharach/Hal David) – ISAAC HAYES
In: Hot Buttered Soul, 1969.
10. “EVERYBODY DANCE”(Bernard Edwards/Nile Rodgers) – CHIC
In: Chic, 1977.
4 comentários:
Ola galera da Radio Blogue!
Adorei encontrar a pagina de vcs, a seleção musical é otima e os posts também.
So um probleminha: as vezes não rola de escutar o som. A gente clica e ele fica carregando e não toca nunca...Normalmente isso acontece logo depois de vcs postarem um programa novo...
Vcs sabem o que ocorre?
Abraços!!
Olá, Mariana, obrigado pela visita... Quanto ao probleminha técnico a que você se refere estamos tentando descobrir porque algumas pessoas têm esse problema e outras não... aqui, por exemplo, está tocando tudo perfeitamente. Esperamos que da próxima vez que você nos visitar possa ouvir nossos playlists normalmente.
Estou com o mesmo problema da mocinha de cima, e não tenho idéia do porque.
Infelizmente não pude ouvir uma das seleções mais aguardadas, mas está ótima pelo que vi.
Beijos
Segundo apuramos o deezer apresenta alguns problemas para quem utiliza o firefox, veja se é o caso de vocês...
Postar um comentário